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Um fungo detectado em um paciente que estava internado para tratamento da COVID-19, em uma UTI no estado da Bahia, gerou preocupação para a área de saúde e comunidade médica brasileira. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) emitiu um alerta no dia 07/12 que confirmou tratar-se do C. auris, um “fungo emergente que representa uma séria ameaça à saúde pública”.
O fungo demonstra-se resistente a medicamentos específicos para este tipo de tratamento e podem causar infecções invasivas e na corrente sanguínea, com a possibilidade de ser fatal em indivíduos que apresentarem mais de uma doença simultaneamente.
Conforme relatado pela ANVISA, o fungo foi encontrado em “uma amostra de ponta de cateter do paciente internado”, sendo confirmado pela técnica Maldi-Tof no Laboratório Central da Saúde Pública Prof. Gonçalo Moniz – LACEN/BA e no Laboratório do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – HCFMUSP.
O que é Candida Auris?
Descoberto em 2009 na Coreia do Sul, foi detectado anos mais tarde no Japão. Atualmente encontra-se disseminado em mais de 5 continentes. Em 2015, após se espalhar em um hospital próximo a Londres, acendeu um alerta na comunidade médica por causa de sua resistência a medicamentos antifúngicos (FDA, 2018).
A colonização pode ocorrer em hospitais onde foram detectados casos ou em pacientes internados em unidades de terapia intensiva. Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças do Estado Unidos, este fungo pode ser identificado em algumas partes do corpo de pacientes como trato urinário, trato respiratório, fluido biliar, feridas e canal auditivo externo. A forma mais comum apresentada até o momento foi na corrente sanguínea.
Como é transmitido?
Apesar dos esforços e cuidados para manter o ambiente hospitalar higienizado, o fungo pode sobreviver no ambiente por até 2 semanas segundo um artigo de Ruíz-Gatan et al. (2018). A transmissão pode ocorrer por meio de equipamentos, ambientes e pacientes infectados.
Segundo um estudo divulgado em 2019 do infectologista Alessandro Pasqualoto, professor da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), em conjunto com a médica Teresa C.T. Sukiennik, da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre e com Jacques F. Meis, pesquisador holandês que se dedica a estudos sobre o fungo, uma vez que ocorrer a identificação do C. auris em hospitais brasileiros, sua disseminação pode acontecer rapidamente. Logo, medidas que possibilitem a identificação e a adequação de procedimentos de controle de infecção, serão de grande importância na área da saúde.
Como prevenir?
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), divulgou algumas medidas que podem ser tomadas para a prevenção e controle de infecção por Candida auris em ambientes de saúde, como:
- Higienização correta das mãos;
- Uso adequado de precauções na configuração de ambientes com base na forma de transmissão;
- Limpeza e desinfecção do ambiente de atendimento ao paciente (limpeza diária e terminal) e reutilização de equipamentos com produtos recomendados;
- Comunicação entre instalações sobre o estado de auris do paciente, quando ocorrer transferência para outra unidade de saúde;
- Triagem de contatos de casos de pacientes recém-identificados para detectar a colonização por auris;
- Vigilância laboratorial de amostras clínicas para detectar casos adicionais.
O Grupo Brasanitas possui uma equipe técnica atenciosa com assuntos que se referem a área da saúde e buscam constantemente meios para intensificar seus processos de higienização e desinfecção.
Cientes do risco iminente do C. auris em ambientes hospitalares, nossos profissionais desenvolveram novos processos e técnicas, bem como a utilização de produtos com diluições específicas, com possibilidade de aplicação por meio de equipamentos com ação antimicrobiana. Também disponibilizamos aos colaboradores materiais e EPIs adequados para a higienização de ambientes, contribuindo com a redução da disseminação do fungo.
O Grupo Brasanitas com mais de 35 anos de experiência em serviços na área da saúde, segue atento à segurança do paciente promovendo soluções por meio de gestão de risco e protocolos operacionais de excelência.